Recentemente saiu um novo filme na Netflix chamado 365 DNI. O filme, basicamente, vai contar a história de Laura, uma mulher que vive em um casamento frustrante, com um marido que não dá muita atenção para ela, e que um dia durante uma viagem com o marido e uns amigos ela é sequestrada. Massimo, o cara que a sequestrou, sonhava com ela constantemente, mas nunca pensou que um dia a encontraria, só que um dia em um aeroporto, ele a encontrou e não pensou duas vezes em sequestra-la. Mantendo Laura em cativeiro, ele dá a ela 365 dias para que ela possa se apaixonar por ele e eles vivam juntos e feliz. Até o meio do filme Laura já está apaixonada por Massimo e não se importa de viver com ele.

Durante o filme você vê que o Massimo é um cara MUITO bonito e muito rico, ele dá de tudo para Laura, já da pra perceber o motivo de toda a romantizaçao, né? e além do que já foi dito, tem muitas cenas de sexo. Basicamente, o cara é um pacote completo, só acrescenta um criminoso e doente.

Parece uma história que você leria no wattpad em 2015, certo? certo. Mas infelizmente, é um filme atual e que está em uma das maiores plataformas de streaming atuais. Desde quando o filme saiu eu já vi vários memes e pessoas falando o quanto elas gostariam de ser sequestradas. Não sei em que mundo elas vivem, pois no meu, os casos de sequestro são como em 3096 Dias de Cativeiro, O Quarto de Jack, dentre muitos outros, onde a vítima é torturada fisicamente e psicologicamente. Você poderia até dizer que "aah, é um filme, entretenimento não precisa ser politicamente correto," mas eu te digo, um filme que romantiza sequestro e abuso sexual é entretenimento? eles são no mínimo, um desserviço as milhares de vítimas que já passaram por essas coisas.  

É inegável que esses tipos de conteúdo influenciam outras pessoas, em 2014/2015 existiam as fanfics extremamente problemáticas em diversos sites, elas contavam histórias completamente romantizadas sobre garotas que eram sequestradas, apanhavam ou eram estupradas e se apaixonavam pelo seu abusador, e mesmo ele sendo uma pessoa horrível, existia amor. Se alguém não vê o quão problemático isso pode ser, certamente é parte do problema. Eu mesma, lia essas fanfics e queria um relacionamento assim, pois pelo que eu lia, era algo incrível. 

Inclusive, gostaria de mencionar que, apesar do filme parecer com Cinquenta Tons de Cinza, eu enxergo algumas diferenças, pois em CTZ, a personalidade do Christian é o problema, já que ele é extremamente controlador e possessivo. Agora em 365 DNI o problema é toda a situação, pois nunca vai ser normal o cara sequestrar uma mulher e manter em cativeiro só porque ele está "apaixonado" por ela. 

Enfim, eu acho que existem diversas formas de você fazer livros e filmes de romances, não precisam necessariamente apelar para temas tão horríveis como esses. 

Little Fires Everywhere vai contar a história de Elena (Reese Witherspoon) e Mia (Kerry Washington), duas mulheres muito diferentes em todos os aspectos da vida, mas que terão seus caminhos cruzados nesses 8 episódios da série. 

Elena é uma mulher branca, rica, privilegiada e que acredita firmemente que não é nem um pouco racista. Ela tem 4 filhos, Trip, Lexie, Moody e Izzy. 

Elena é louca por controle e gosta de ter a vida perfeita, tanto que, por isso, ela não se dá bem com Izzy, sua filha mais nova, pois a mesma não obedece a nada do que Elena manda. 

Mia é uma mulher negra, que já passou por muitas dificuldades na vida, muda de cidade muito e que não tem muito dinheiro. Ela tem uma filha, Pearl, e elas duas tem um relacionamento muito bonito e com cumplicidade.  

A série começa com um incêndio na casa de Elena (no futuro), a gente ainda não conhece nenhum personagem, então fica bem confuso, mas depois volta para o começo, quando Mia chega na cidade, a história vai partir daí. 

Elena e Mia se conhecem quando Mia está procurando uma casa para alugar, e ela quem vai mostrar para Mia, acaba que Elena diminui o valor do aluguel para que Mia possa pagar.  

Com o passar dos episódios você começa a perceber que Elena é aquele tipo de personagem branco que faz de tudo para provar que não é racista, mesmo que algumas simples atitudes mostrem o contrário. E Mia é uma mulher muito misteriosa, dá pra ver que ela esconde muitas coisas, mas você só descobre no final, obviamente. 

Eu gostei muito do livro, a leitura é bem fluida e rápida, são 160 páginas, então dá pra terminar rápido. Uma pena que nada fica esclarecido no livro, tem muitas coisas que ficam a imaginação do leitor, isso foi um ponto negativo pra mim.